📘 Este livro analisa o cotidiano dos migrantes anônimos que ocuparam as terras do norte do Paraná e as tornaram rentáveis ao capital, entre as décadas de 1930 e 1970, a partir da autobiografia de Braz Ponce Martins, "Memorial de um século de cafeicultores" (2003). A família Ponce fez parte do grande contingente populacional que se deslocou para as zonas de fronteira, em busca da riqueza prometida pelas companhias colonizadoras, que enunciavam a fertilidade das terras e ofereciam facilidades de pagamento. Sua história se insere no processo de expansão da cafeicultura do oeste paulista para o norte do Paraná. Assim como a maioria dos migrantes, os Ponce são de origem europeia e, após amealharem o suficiente trabalhando nas fazendas de café como colonos, adquiriram uma pequena propriedade. Derrubaram as matas, construíram casas simples e formaram o cafezal.Em decorrência da instabilidade da cafeicultura, suscetível às geadas, crises de superprodução e às oscilações do mercado, mudaram-se para os nascentes centros urbanos, em busca de melhores condições de vida. Por fim, deslocaram-se novamente, para novas frentes pioneiras, no noroeste do Paraná, e recomeçaram...